Sempre que vou para fora, especialmente para fora do país e para locais aos quais me sinto especialmente ligada, existe inevitavelmente uma tomada de consciência do que gostava de mudar, no regresso. Há sempre imensa coisa para alterar, nas minhas rotinas, no meu estilo de vida. Muitos planos (listas até), desejos e um sem número de boas intenções. Intenções essas que muitas vezes não passam disso mesmo… Ficam pelo caminho, esmagadas pela correria do dia-a-dia, alguns dias após o regresso. E são apenas recordadas numa próxima viagem.
Desta vez não foi excepção, embora não a 100% de férias, esta viagem deu para conjugar trabalho, com momentos livres e lúdicos, com reflexão. As minhas resoluções principais foram escritas em notas no telemóvel, sei-as de cor, e algumas delas já estão a ser postas em prática desde que cheguei. São coisas mesmo muito pequenas, mas que são muito importantes e grandes para mim. Sei que o caminho é árduo (a preguiça vence muitas vezes) e que do querer ao fazer vai uma grande distância e é por isso mesmo partilho aqui: para que o compromisso comigo mesma seja maior, através da exposição (ou seja, vergonha na cara se não cumprir eheh).
Aqui estão as minhas pequenas-grandes decisões, que espero que sirvam de inspiração a alguém que que precise de mudar, mas ainda não tenha tomado consciência:
- Acordar diariamente às 6h00 da manhã: não que acorde muito mais tarde, mas acordar 1 hora mais cedo do que o meu habitual, pode fazer toda a diferença na minha rotina diária;
- Fazer Yoga online todos os dias de manhã (excepto em dias em que tenho aula “real”);
- Ligar o telemóvel só quando começar a trabalhar (pelas 8h30 / 9h00) e desligar quando for para a cama (às 22h00). Isto é talvez o mais difícil, quase tão difícil como foi deixar de fumar. Imagino que seja incompreensível para algumas pessoas, mas adquiri o péssimo hábito de mal acordo ir logo ver emails, mensagens, redes sociais e começar a responder. Vou para a casa-de-banho com o telemóvel, demoro séculos, todas as manhãs, e começo logo com a cabeça a mil em vez de despertar suavemente;
- Ler na casa-de-banho (desde que me lembro de saber ler que sempre li imenso no WC e desde que me “viciei” nos emails, nas redes sociais, whatsapp, etc, que deixei de o fazer e passei a estar enfiada no telemóvel – preciso mesmo de um Detox Digital vitalício);
- Cozinhar todos os dias o almoço e o jantar e passar a comer fora SÓ em situações especiais e não porque “não há nada para comer”, “não fiz o jantar”, “ok, vamos lá comer fora”, “estou com preguiça”, “não tenho tempo”, etc. Esta resolução já foi feita por mim 999999 mil vezes e invariável não foi cumprida, mas vamos lá a mais uma tentativa;
- Fazer a cama todos os dias de manhã: ora bem, esta resolução é mais uma imposição que fiz ao meu marido. Detesto ver a cama por fazer, se não está feita sinto que está tudo o caos, mesmo que esteja tudo super arrumado. Então, como não gosto nada de fazer a cama, “convidei” subtilmente o meu marido para ficar responsável por esta tarefa e todos os dias antes do pequeno-almoço ele está intimado a fazer a cama (ihih).
- E por último, mas talvez a mais importante e a mais difícil de todas: começar a fazer uma alimentação 100% vegan. Passo a explicar: cá em casa não entra nada de origem animal (nem de comida, nem de produtos testados em animais, nem de roupa nova – a que tenho é muito antiga, resume-se a calçado, e é pouco), excepto pontualmente ovos biológicos (e quando digo pontualmente é tipo 1 ovo por mês por pessoa), mas na rua, ou porque não é fácil ou por gula, como queijo muitas vezes. Estou atenta ao que é vegetariano ou não, claro, porque não como nem carne, nem peixe, nem leite, nem ovos não bio, mas quando peço vegetariano não esmiúço a questão para saber se leva natas ou manteiga e se há queijo eu fraquejo. A partir de agora, gostava mesmo, mesmo, mesmo de fazer uma alimentação vegan e de não me deixar render nunca mais ao “é só hoje”.
Em termos gerais é isto. Há também todo um horário diário que já tinha feito e que refiz, para me organizar ainda melhor, agora que o meu marido também está em casa. O objectivo é existir mais eficácia no trabalho, melhor organização das coisas de casa, mais atenção ao Américo e mais tempos livres. Fica a dica para quem trabalha em casa: é muito importante existir um horário, que separe trabalho, tempo livre, refeições e lazer. No meu caso, faço um horário mesmo com horas para tudo global e na noite anterior um adaptado ao dia seguinte. Caso contrário mistura-se tudo e não se faz nada em condições. Para além disso, os que nos rodeiam tendem a pensar que como trabalhamos em casa, “sem horário”, estamos disponíveis a qualquer hora, para qualquer coisa. Não estamos e não podemos deixar isso acontecer, caso contrário facilmente vamos sucumbir ao caos. Eu levanto-me todos os dias cedo, visto-me como se fosse para ir trabalhar, almoço no horário de almoço e não houve até agora nenhum dia desde que trabalho em casa (há 5 meses) que ficasse de pijama, no sofá ou me levantasse tarde. Comporto-me exactamente como se tivesse um trabalho – e tenho – só que é um trabalho em que eu é que organizo o meu horário e trabalho a partir de casa, em vez de ter de ir para um escritório qualquer.
Porque será que a preguiça vence tantas e tantas vezes?
eu ando há uns 3 meses a dizer que vou começar a andar de bicicleta todos os dias 1h.
Digo também que vou iniciar-me na meditação em casa através de vídeos que haja disponíveis…
Yoga em casa já ando a tentar desde o ano passado…..
parece que cada dia a preguiça vai ganhando e ganhando terreno….
estou contigo e quem sabe é desta vez que conseguimos fazer tudo!!!!
Força para nós! <3 🙂