Conheci o Américo há 3 anos (o Facebook é bom nestas coisas, lembrou-se disto na semana passada).
Na altura, o Américo estava na União Zoófila há já uns meses: o antigo dono tinha-o deixado lá. Eu fui à União Zoófila, quando vivia em Lisboa, para apadrinhar um cão e calhou-me este (o melhor cão do mundo). Não pensava adoptá-lo. Gosto muito de animais, mas achava que não tinha condições (?).
O Américo era um cão pouco meigo. Quase não dava beijinhos, nem olhava nos olhos. Para quê ser doce com os Humanos que o tinham tratado tão mal?! Gostava de mim porque eu o ia passear. Mas não me dava beijinhos. Eu ia todas as semanas, 1 ou 2 vezes, e era a única altura em que o Américo passeava (a UZ tem mais de 600 cães, os que não tem padrinho/madrinha é bastante complicado irem à rua, os voluntários não são suficientes).
Um dia, em Monsanto, prendi o Américo pela trela num poste para descer por um escorrega. O Américo puxou, puxou, puxou até que rebentou a trela. E aí eu pensei, aflita, “meu deus, vai desatar a correr e vou perder o Américo”. Mas não. O Américo realmente desatou a correr, mas veio direito até mim. Pôs-me as patas no peito, como quem “não quero estar longe de ti! Ias onde sem mim?!” e deu-me beijinhos. Aí percebi o quão importante eu era – e sou – para o Américo. E deixou de fazer sentido morarmos em ‘casas separadas’.
Poucos meses depois, quando vim viver para o Porto, em Fevereiro de 2014, decidi imediatamente que o Américo vinha comigo. Arranjei uma casa com terraço (na altura tinha um gato e eles não se davam) e assim foi. Entretanto já mudámos de casa, sempre juntos, para sempre.
Já passámos muitas coisas nestes 3 anos de amizade. Ele foi até protagonista de uma campanha de responsabilidade social da empresa onde trabalho! Aprendeu a nadar em condições, conheceu várias pessoas, já foi de férias comigo de norte a sul do país, passeou muito, fez algumas amigas cadelas,… O Américo é realmente um cão especial que veio tornar a minha vida – e a de quem nos rodeia – muito mais feliz. Uma família não está realmente completa sem um cão e/ou gato. São seres muito especiais que nos ajudam a ser melhor Seres Humanos. Parece incrível, mas é verdade. Não somos nós que os ajudamos. Eles é que nos ajudam a lembrar que temos um coração.
Aos pelos pela casa – e às vezes perguntam-me sobre isso e sobre o facto de dormirmos juntos – só tenho uma resposta: ele também não gosta muito quando vê cabelos meus pelo chão, mas não diz nada. Isso dos pelos não tem mesmo importância nenhuma. Para ele está tudo bem, sempre, desde que estejamos juntos. Incondicionalmente. Não tem dias maus, não fica chateado, não liga às coisas da vidinha. O Américo só quer passear, brincar, comer e dormir. Na companhia dos donos. E se houver isso, há tudo para ele. Não é como nós, Humanos, que queremos sempre isto ou aquilo, uns dias está tudo bem e noutros tudo mal.
O Américo é feliz. E eu sou feliz por ter encontrado o Américo.
O Américo tem um hashtag no Instagram, onde podem acompanhar as suas aventuras: #ashistoriasdoamerico <3
um doce este Américo… 🙂
<3