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22 Dezembro, 2017

Fazer as pazes com o Natal.

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Fazer as pazes com o Natal.

Já foi para mim a pior época do ano e dizia, até, à boca cheia, que o meu dia mais feliz era o dia a seguir ao Natal. E era mesmo. Sentia uma espécie de alívio, ufa-já-passou. Até que há pouco tempo fiz as pazes com o Natal e agora é só mais uma época, da qual não é preciso fugir (até porque não dá, o Natal está por todo o lado de 1 a 25 de Dezembro). Vai daí, o melhor que fiz foi fazer as pazes com o Natal. Se não os podes vencer, junta-te a eles!

O Natal – que supostamente devia ser Amor, Família, Alegria e esses blá blá blás que todos já estamos fartinhos de saber -, é, em vez disso, mais do que uma época comercial, uma época difícil para a maioria das pessoas crescidas: ou é triste, ou é uma fonte de problemas, ou é uma obrigação. Uns porque faleceu alguém e o Natal nunca mais foi a mesma coisa, outros porque têm toda uma complexa gestão familiar para fazer (e quem diz familiar, diz de orçamento, logística, casa, comida, do que que for), outros porque estão sozinhos, outros porque vão ter de estar com quem não querem ver, outros porque queriam estar com quem não podem,… enfim. Cada pessoa com as suas questões, todas elas bastante emocionais. E largamente aumentadas pela duração da época. Não é só a noite da consoada e o dia de Natal, não. É todo um mês de enfeites, árvores, luzes, jantares, de perguntas “então e este ano onde é que vais passar o Natal?”, de lembranças “no ano passado o teu avô ainda estava entre nós e o teu pai não nos tinha trocado por outra”, de montras decoradas, filmes, publicidade, eventos,… Para quem está de costas voltadas com o Natal, parece que existe um complô Natalício e que ele está ao virar de cada esquina.

Depois há diferentes tipos de pessoa a lidar com a situação:

  1. Há quem consiga engolir o sapo-Natal e faça parecer que está tudo bem;
  2. Há quem não engula o sapo-Natal e assuma que odeia-o-Natal, mas ainda assim pactua com ele;
  3. E há, ainda quem se revolte contra o Natal e se recuse a fazer seja o que for.

Eu já lutei contra o Natal com todas as minhas força. Passei muitos Natais sozinha, com vergonha disso vai-se lá saber porquê, e a não querer que me convidassem como “a coitadinha” para passar a consoada em casa de amigos. Mentia sempre – ainda que com a sensação de estar a ser pouco convincente – quando a pergunta era “e este ano, com quem é que vais passar o Natal?“. E sentia como se estivesse a ser perseguida (parece-que-só-me-perguntam-a-mim)… Mas no fundo queria que alguém descobrisse a mentira e me levasse para casa, na noite de Natal. E, ao mesmo tempo, que me deixassem em paz. E que o mês de Dezembro passasse num piscar de olhos. Em resumo, queria ser normal e passar o Natal em família.

Houve até um ano que fui fazer voluntariado e aí foi um alívio, tinha a desculpa perfeita e as pessoas ainda me diziam “parabéns, prescindir da ceia com a família para dar de comer a quem não a tem, sim senhora”. Não que não goste de fazer voluntariado e de ajudar, mas é o que digo sempre: no voluntariado, quem ajudamos mais é a nós mesmos e isso nessa altura teve ainda mais significado. Os outros voluntários, percebi lá, eram maioritariamente pessoas que, tal como eu, estavam a fugir do Natal.

Para quem tem algum tipo de questão familiar, a época do Natal é como uma lupa. Parece que o problema, que durante todo o ano está escondido de baixo do tapete, começa a espreitar no início do mês e, conforme os dias passam, cresce, cresce, cresce, até ficar à vista de todos. Claro que o apogeu é na noite e dia de Natal. Aí o problema – interior, claro – toma dimensões tão grandes que às vezes parece que nos vai sufocar. E o alívio, depois do Natal passar, faz com que se esqueça, ilusoriamente, que dali a 11 meses vai começar tudo outra vez.

O Natal só é simples para as crianças (que são puras e que não andam a deambular entre o passado e o futuro, mas que conseguem acreditar em coisas que nunca viram com os olhos). Para os adultos, o Natal  é difícil. Mesmo assim (e por isso mesmo), o Natal pode ser uma grande oportunidade de transmutação.

Consegui fazer as pazes com o Natal não há muitos anos… E talvez ainda não as tenha feito completamente, é um processo a decorrer. Mas desde que essa transformação se iniciou que o Natal tem tido cada vez menos importância e é cada vez mais feliz, sem que a realidade exterior se tenha alterado. Começou, isso sim, a existir mais aceitação, menos expectativas e menos egocentrismo da minha parte. E isso está a permitir-me viver esta época de forma mais serena e realmente como ela deve ser, com AMOR. Como é que eu consegui isso? Não sei explicar completamente, mas fica aqui a minha receita, que é básica, mas funciona.

Receita para fazer as pazes com o Natal:

  • Músicas Natalícias (sem medo de overdose);
  • Pinheirinho (pequeno, médio ou grande – mas quanto maior melhor!);
  • Decorações de Natal;
  • Camisola de lã ridícula com renas ou gnomos ou Pai-Natal ou boneco de neve (se for tricotada por nós, melhor ainda);
  • Presentes – éticos – para toda a família e amigos q.b. (quanto menos valiosos e com mais intenção, melhor);
  • Entusiasmo, alegria, sorrisos, compaixão e flexibilidade (sem limites de quantidade, usar à vontade).

Todos os ingredientes com amor e entrega. Tempo de preparação 25 dias. Grau de dificuldade: depende da entrega e da motivação.

  1. Começar por decorar a casa, logo no início de Dezembro. Pode ser uma mega decoração ou uma mais simplezinha, não importa, tem é de haver decorações. Montar o pinheiro e decorá-lo, ao som daquelas músicas natalícias que até então desprezamos.
  2. Fazer uma lista de todas as pessoas a quem queremos dizer “gosto de ti” e pensar em pequenos presentes que o demonstrem. Podem ser presentes home made, podem ser grandes ou pequenos, podem até ser apenas postais ou bilhetinhos, a regra é que têm de ser coisas éticas e que contribuam de forma positiva para essa pessoa (estão proibidos presentes a despachar e por obrigação ou coisas que para existirem tenham provocado sofrimento a outros Seres).
  3. Dar passeios pelas ruas, de gorro e cachecol, para ver as decorações de Natal e, existindo na vossa cidade, fazer verdadeiras peregrinações à Árvore da Câmara Municipal.
  4. Desejar a toda a gente “Feliz Natal!” e “Boas Festas!” com entusiasmo e num tom bastante audível, mesmo a pessoas carrancudas e mal dispostas.
  5. Mudar aquilo que está ao nosso alcance mudar e aceitar as condicionantes que não podem ser alteradas, aproveitando-as para trabalho interior. Trabalhar a flexibilidade, moldando-nos, como se fossemos a massa do pão, às circunstâncias.
  6. Se existirem confrontos, por exemplo com a família sobre a comida, sobre os convidados, sobre isto ou aquilo, relativizar, não alimentar discussões e contrariar a onda de lamentações e irritações com sorrisos, alegria e palavras amorosas (que vão surpreender e apaziguar), mas não em demasia (às vezes é preciso ser firme).
  7. Evitar vaguear entre o passado, o presente e o futuro e permanecer de pés juntos, fixos, no momento actual, aceitando-o.
  8. Desvalorizar o que não tem valor.
  9. Voltar a acreditar na magia do Natal, sem duvidar de que as coisas que não são visíveis aos olhos dos grandes, podem na mesma existir
  10. Fazer tudo aquilo que até então consideramos ridículas – como vestir uma camisola vermelha  de lã com renas -, mas que nos fazem voltar a ser crianças outra vez.
  11. Em resumo, abraçar o Natal, e fazer as pazes com ele, através das pazes connosco mesmo e com quem nos rodeia.

Feliz Natal! Boas Festas! Vamos todos ser felizes? 🙂

Aceitar o NatalAcordar às 6h e ser felizFazer as pazes com o NatalNatalReceita para o Natal

Diana Chiu Baptista

Sigo o Dharma de Buda, acredito no potencial da Macrobiótica – que sigo desde que nasci - e estou a caminhar para uma vida cada vez mais ética, sustentável, consciente e compassiva. Vivo em Portugal, mas identifico-me com a luz do Oriente, para onde viajo com frequência. Umas vezes em família, outras vezes em grupo, com pessoas que procuram experiências potencialmente transformadoras. Estas viagens de grupo, mais realistas do que turísticas e com contacto com diferentes tradições espirituais, são organizadas pela agência Macro Viagens, que fundei com o meu marido.

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Comments (2)

  1. espero que este ano o natal tenha corrido bem e que aos poucos vás gostando cada vez mais dele!
    desejo um bom ano e continua neste teu percurso com a vida que tens feito um otimo trabalho!

    Responder
    paula - 29 Dezembro, 2017
    1. Obrigada, Paula! <3 Um beijinho muito grande e Feliz Ano Novo!

      Responder
      Diana Chiu Baptista - 29 Dezembro, 2017

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Diana Chiu Baptista

Guio-me pelo Dharma de Buda, acredito no potencial da Macrobiótica – que sigo desde que nasci - e estou a caminhar para uma vida cada vez mais ética. Vivo em Portugal, mas identifico-me com a luz do Oriente, para onde viajo com frequência - umas vezes em família, outras vezes com grupos em programas da Macro Viagens.

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