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18 Junho, 2018

O que a Índia ensina #3: tudo demora exactamente o tempo que tem de demorar.

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O que a Índia ensina #3: tudo demora exactamente o tempo que tem de demorar.

Paciência. A Índia ensina-nos a ser pacientes. Ninguém sobrevive num país com 1.225 biliões de pessoas sem paciência. Ou por outra, sobrevive, sim, tal como nós sobrevivemos aqui, nos ditos países desenvolvidos. Mas não vive, realmente.

Na Índia, é natural que uma viagem rotineira demore 5, 6, 10, 12 horas. E é banal ir numa viagem de camioneta com essa duração para regressar no mesmo dia, durante a noite.  E se for preciso, com um bebé ao colo. Ou dois, até.

Na Índia, toda a gente buzina para avisar “vou passar” e as estradas parecem não ter faixas definidas, nem regras de transito, como cá, mas tudo flui naturalmente. Ouvi por lá dizer várias vezes “aqui só há um acidente quando alguém se enerva no transito“.

Os condutores guiam atentos. Nem numa posição demasiado descontraída, nem relaxados em demasia. Vão soltos, atentos, mas soltos. E tenho para mim que são os melhores condutores do mundo (imagino que muitos deles sem sequer terem tirado a carta de condução).

Na Índia, não existem filas organizadas para os guichets, por exemplo. É um amontoado de gente que não quer passar à frente do vizinho do lado, mas que passa, naturalmente. Um amontoado que se move tranquilamente, sem discussões, com muita proximidade e apertões, mas que flui em harmonia.

Na Índia, pode haver um acidente, uma derrocada, uma manifestação ou uma obra a qualquer instante. É normal. Ninguém pode prever. E aí, o transito para. Por completo. 1 hora, 2 horas, 3 horas, 4 horas,… Toda a gente espera. Ninguém buzina. Ninguém diz mal do Estado nem culpa este ou aquele. Bebe-se um chai na barraquinha mais próxima. Compra-se uma lotaria. Sai-se do carro para conversar. Faz-se novos amigos e encontra-se outros já antigos.

Na Índia, uma função que para nós seria para ser desempenhada por 1 pessoa, é feita por 2. Ou 3. Ou até 4. Tudo muito calmamente. Agora faço eu isto, a seguir fazes tu aquilo. Não há pressa.

Na Índia, se arranjam um negócio, chamam um amigo para vir com eles e ajudar. E se não podem prestar o serviço, recomendam um “concorrente” com a maior das facilidades. Ficam contentes por poderem ajudar o amigo e não se importam de ganhar menos, mas ter companhia e dividir os lucros.

Na Índia, não há cá “olhe, mas não me ligue ao domingo que é dia de descanso“. É bom se alguém liga a marcar um trabalho. É bom se houver trabalho. É domingo, sim, um dia tão bom para atender o telefone como outro qualquer.

Na Índia, um comboio atrasa 3 horas (com sorte) e isso é normal, faz parte. Compra-se um rectângulo de cartão e descansa-se no chão da estação até o comboio chegar. E depois, lá dentro, nos bancos, se em vez de 6 pessoas, forem 12, todas em cima umas das outras, cabe sempre mais uma, ficar alguém de fora é que não.

Na Índia, existe uma casa que é considerada a mansão mais cara do mundo (custou 1, 7 biliões de dólares) e pertence ao 4º homem mais rico do mundo. Num país onde há miséria a sério, como a maioría de nós nunca viu, muito menos cá, há um homem a construir uma casa de 27 andares para morar com a sua família de 5 pessoas. Eles riem-se deste ridículo. É preciso muita paciência para aturar isso… Mas não vamos mais longe, 42 bilionários concentram a mesma quantidade de dinheiro da metade mais pobre da população mundial (aposto que concentram neles também muito mais stress e menos paciência). Mas, surpresa, nós – sim, nós, eu que estou a escrever este post e vocês que me estão a ler, estamos na parte mais rica do mundo. Sim, nós que nos queixámos de que nunca temos dinheiro para nada, mas que acumulamos milhares e milhares de euros em roupa, em electrodomésticos, em móveis, em produtos disto e daquilo, electrónica, gadgets, livros, seguros, ginásios, carros, subscrições,… e sei lá mais o quê. Se conseguíssemos, por exemplo, contar quantos milhares de euros temos neste momento dentro da nossa casa, ou até só no nosso roupeiro, ficaríamos surpreendidos, tenho a certeza. Um exercício mais fácil e muito importante é o de tentar somar quanto dinheiro temos “vestido” hoje (e para esse saldo conta também todos os cremes, maquilhagem se for o caso, gel de banho, sabonete, champô, amaciador, perfume,etc. que colocamos, toda a bijutaria que estamos a usar e tudo o que está na nossa carteira, o telemóvel, etc.). Experimentem, agora, só por alto.

…

…

…

É assustador, não é…?

Na Índia, vi uma mulher a lavar o seu saree no Rio Ganges, enrolada numa toalha, depois a estendê-lo ao sol e a sentar-se, de cocaras, à espera que secasse para o vestir novamente. A nós, com o armário a arrebentar pelas costuras, falta-nos sempre aquela peça que está para lavar há 1 dia e que parece que nunca mais está seca e passada a ferro.

Na Índia, com tantas “perdas de tempo“, o tempo é muito maior do que o tempo por cá, pelo mundo civilizado. Há paciência, na Índia. Há muita paciência, na Índia. Toda a gente parece saber que veio do pó e que ao pó vai voltar e ninguém parece querer correr contra o tempo. Excepto os “mais civilizados“, que para mim são os “descivilizados“, os ricos que imitam o pior do Ocidente e renegam as suas tradições e cultura.

Em boa verdade, para quê ter pressa?! Para quê correr?! Para quê querer mais, mais rápido, melhor…? ! Para nada.

A Índia ensina-nos a esperar. Tranquilamente. A esperar. Tudo demora exactamente o tempo que tem de demorar.

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Diana Chiu Baptista

Guio-me pelo Dharma de Buda e acredito no potencial da Macrobiótica – que sigo desde que nasci. Vivo no Alentejo profundo, no Monte do Almo, onde recebo hóspedes. Mas também me identifico com a luz do Oriente, para onde viajo com frequência. Umas vezes em família, outras quando levo grupos a viajar de forma mais profunda, compassiva e espiritual com a Macro Viagens.

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Comments (2)

  1. gostei muito deste…fizeste-me sorrir

    Responder
    paula - 2 Agosto, 2019
  2. adoro conhecer a india pelos teus olhos!

    Responder
    paula - 2 Agosto, 2019

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Sobre Mim

Diana Chiu Baptista

Diana Chiu Baptista

Guio-me pelo Dharma de Buda e identifico-me com a luz do Oriente para onde viajo com frequência - umas vezes em família, outras vezes com grupos em programas da Macro Viagens. Quando estou em portugal, vivo com o igor e o nosso cão américo no Alentejo, no Monte do Almo.

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