Tive uma espécie de epifanía sobre a forma como actualmente percepcionamos a realidade. Gabo-me de não ver televisão há vários anos e digo à boca cheia que as notícias não são “A” realidade; Que o que que é difundido nas notícias é apenas uma ínfima parte do que se está a passar no mundo naquele momento e sob a perspectiva de alguém; Que a forma como as notícias são disseminadas e o “bater sempre na mesma tecla” faz crer, a quem lê / vê / assiste, que determinado acontecimento é muito maior e relevante do que realmente é; Que ver telejornais, telenovelas, reality shows, séries, filmes e concursos leva-nos a acreditar que o mundo lá fora é de determinada forma – que não é – e a ter, até, medos infundados ou crenças fechadas; Que a nossa realidade não é há muitas décadas aquilo que percepcionamos com os nossos olhos, à dimensão dos nossos passos; Que a realidade não é o que a televisão, a rádio e os jornais nos mostram. Mas esqueci-me, durante muito tempo, que é também e especialmente aquilo que absorvemos – quase sempre involuntariamente – pelas Redes Sociais que faz com que a realidade de cada um seja assim ou assado.