• HOME
  • DHARMA
  • MACROBIÓTICA
  • RECEITAS
  • VIAGENS
  • SOBRE MIM
I love bio - DHARMA, MACROBIÓTICA E VIAGENS I love bio - DHARMA, MACROBIÓTICA E VIAGENS
DHARMA, MACROBIÓTICA E VIAGENS
  • Home
  • Living
  • Um mar de plástico [e a culpa é de cada um de nós].
26 Junho, 2018

Um mar de plástico [e a culpa é de cada um de nós].

Living
Um mar de plástico [e a culpa é de cada um de nós].

Tenho procurado alterar muitos dos hábitos inconscientes que tinha, tendo em vista conseguir deixar a menor pegada ecológica possível. Dizem-me muitas vezes “mas também não podemos ser fundamentalistas”. E depois vejo estas imagens do artigo “Um mar de plástico”, que é capa da revista National Geographic de Junho, e fico sem palavras. Não podemos ser fundamentalistas?! 

Estas fotografias não deveriam sequer existir. A culpa não é dos outros, daqueles “outros” distantes, não identificáveis. A culpa é NOSSA. De todos nós. Minha, vossa, nossa. A boa notícia é que estamos sempre a tempo de PARAR e avaliar o impacto que tem cada uma das nossas acções inconscientes no planeta, nos outros e, em última instância, em nós (é a lei do Karma). O blá blá do costume, dirão alguns. Eu digo: consciência, é preciso mais consciência. E pensarmos, em última análise, se o impacto de estarmos vivos é mais positivo do que negativo. Não é fundamentalismo, é fundamental.

Alguns factos horríveis (só mesmo alguns, existem muitos, mas muitos mais):

  • Oito milhões de toneladas de plástico terminam todos os anos no Oceano;
  • Mais de 40% desse plástico é utilizado apenas uma vez e deitado fora;
  • A vida útil de um saco plástico é, em média, 15 minutos;
  • Menos de um quinto de todo o plástico, a nível mundial, é reciclado;
  • Como o plástico só foi inventado no final do século XIX e a sua produção só começou em 1950, temos uns escassos 8.300 milhões de toneladas desse material para tratar;
  • Cerca de setecentas espécies de animais marinhos já foram afectadas, outras são prejudicadas visivelmente: estranguladas por redes de pesca abandonadas ou pelos anéis de plástico das embalagens deitadas fora. Já para não falar em aves e outros animais (na Índia vi uma vaca terrivelmente mal, a “gritar”, por ter comido plástico a mais, como cruelmente me explicaram, para além dos cães, porcos, etc que fazem o mesmo, em lixeiras gigantes a céu aberto, lixo dos humanos que estes seres inocentes ingerem);
  • Os cientistas encontraram plástico no estômago de criaturas que vivem nas fossas do Oceano Pacifico, a quase 11 quilómetros de profundidade;
  • Ao navegarem nas correntes, os cavalos marinhos agarram-se a algas ou outros detritos naturais à deriva. O da fotografia, agarrou-se a uma cotonete de plástico;
  • Vivemos cada vez mais um estilo de vida descartavel;
  • Em 1950 eram produzidas 2.1 milhões de toneladas de plástico, em 1993 foram produzidas 147 mihões de toneladas e em 2015, 407 milhões de toneladas!
  • Com as economias da Ásia a crescerem, o mesmo sucede à procura de produtos de plástico. Metade do plástico existente no planeta é fabricado lá, 29% do qual na China;
  • O plástico aparece nas regiões mais remotas do planeta, como a ilha Henderson, que foi encontrada em 2015 atulhada de lixo. Catalogaram 53 mil peças numa zona de amostragem e estimaram que a ilha teria 38 milhões de peças de plástico;
  • Os objectos de utilização única são os piores (como palhinhas, garrafas, sacos plásticos);
  • …

É horrível. É vergonhoso. Apetece perguntar, o que andamos nós a fazer? É inadmissível que nas sociedades ditas desenvolvidas haja quem não faça reciclagem (eu não fiz durante muito tempo) e que ainda exista tudo isto à venda (que são meros exemplos):

  • Cotonetes com bastão em plástico (uso papel higiénico, maioritariamente, mas existem também cotonetes ecológicos que não têm plástico, que são os que costumo comprar);
  • Escovas de dentes em plástico (uso de Bambu);
  • Sacos plásticos (tenho sacos de pano para carregar as compras e comprei sacos de rede em algodão para as frutas e legumes);
  • Fraldas e pensos higiénicos não reutilizáveis (uso dos ecológicos, de algodão orgânico, sem químicos, nem plástico, mas descartáveis, estou à procura de pensos higiénicos reutilizáveis em algodão orgânico, se alguém souber onde comprar que me avise);
  • Garrafas plásticas (tenho uma garrafa em inox que vou enchendo, sempre que possível, e quando compro água mineral, tento que seja em garrafões ainda que não seja o ideal);
  • Frascos plásticos (privilegio sempre os de vidro, até por uma questão de saúde);
  • Produtos que não sejam a granel (compro o máximo possível a granel e quando compro em embalagens plásticas tento comprar o maior possível);
  • Palhinas de plástico (para quê? Não sabemos beber de um copo? Se for mesmo necessário, para crianças ou pessoas doentes, existem algumas à venda em Inox);
  • …

A minha caminhada ecológica é relativamente recente e está a ser progressiva (com os plásticos, a diminuição da quantidade de produtos que uso, a escolha de produtos ecológicos e amigos do ambiente, a reciclagem, etc etc), mas finalmente percebi que é urgente respeitar o planeta em que vivemos todos nós, humanos e não humanos, e sinto vergonha e tristeza por tantos actos inconscientes que tive (e pela não-educação que tive). Não há comodidade que justifique tanta tristeza. E, na verdade, é tudo uma questão de hábito. Nós não conhecemos a nossa vida sem plásticos – pelo menos os que nasceram depois da década de 50 -, mas as pessoas viviam normalmente sem essa praga e sem o consumo desenfreado que há hoje (não só de plásticos, mas de tudo, até de produtos eco e amigos do ambiente, se forem desnecessários, são produtos que não devemos comprar). Eu tenho alterado muitas coisas, pretendo alterar muitas mais. Não sei tudo, obviamente, nem estou aqui para dar lições de moral, mas sei que temos que ser cada um de nós a mudar para que haja uma real mudança. Não vale queixarmo-nos do governo, da política, da indústria. Somos nós que compramos o lixo. Somos nós que poluímos o ambiente. Se ninguém comprar, deixa de se fabricar. Se todos mudarmos, muda tudo. Não são tretas filosóficas, é mesmo assim, é a realidade!

Estas imagens doem, não doem? É muito triste, mas precisamos de as ver, de as observar minuciosamente, para acordarmos.

Vale a pena comprar a edição da revista National Geographic de Junho (acho que ainda a encontram à venda), se for como força motivadora para uma genuína tomada de consciência e mudança de padrões. Vale a pena realizar que todos os nossos actos, mais não seja, terão consequências em nós mesmos, nesta ou em vidas futuras. Não estamos só a fazer mal aos outros. Estamos a causar sofrimento a nós próprios.

EcologiaEscovas de bambuNational GeographicPara onde vai o plásticoPegada ecológicaPlásticoReciclagemSacos de panoSacos plásticosUm mar de plástico

Diana Chiu Baptista

Sigo o Dharma de Buda, acredito no potencial da Macrobiótica – que sigo desde que nasci - e estou a caminhar para uma vida cada vez mais ética, sustentável, consciente e compassiva. Vivo em Portugal, mas identifico-me com a luz do Oriente, para onde viajo com frequência. Umas vezes em família, outras vezes em grupo, com pessoas que procuram experiências potencialmente transformadoras. Estas viagens de grupo, mais realistas do que turísticas e com contacto com diferentes tradições espirituais, são organizadas pela agência Macro Viagens, que fundei com o meu marido.

You May Also Like

O que a Índia ensina #4: o sofrimento.
17 Julho, 2018

O que a Índia ensina #4: o sofrimento.

Festivais alternativos de Verão – 2018
21 Junho, 2018

Festivais alternativos de Verão – 2018

Pode-se dizer que já não sou fumadora.
19 Junho, 2018

Pode-se dizer que já não sou fumadora.

O que a Índia ensina #3: deitar cedo e cedo erguer.
30 Maio, 2018

O que a Índia ensina #3: deitar cedo e cedo erguer.

Ser vegan e sobreviver no mundo lá fora :)
25 Maio, 2018

Ser vegan e sobreviver no mundo lá fora :)

Retiro individual: como foi?
23 Maio, 2018

Retiro individual: como foi?

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Sobre Mim

Diana Chiu Baptista

Diana Chiu Baptista

Guio-me pelo Dharma de Buda, acredito no potencial da Macrobiótica – que sigo desde que nasci - e estou a caminhar para uma vida cada vez mais ética. Vivo em Portugal, mas identifico-me com a luz do Oriente, para onde viajo com frequência - umas vezes em família, outras vezes com grupos em programas da Macro Viagens.

Posts Populares

Intuir, esperar e acreditar!
Intuir, esperar e acreditar!
17 Agosto, 2016
Eu fumo. Ou fumava. Ou estou a deixar de fumar.
Eu fumo. Ou fumava. Ou estou a deixar de fumar.
20 Julho, 2017
Há produtos de beleza naturais que ‘funcionam’ mesmo?
Há produtos de beleza naturais que ‘funcionam’ mesmo?
14 Março, 2017
Couto: O dentífrico que evita afeções da boca é Vegan!
Couto: O dentífrico que evita afeções da boca é Vegan!
19 Agosto, 2016
São Miguel em 4 dias
São Miguel em 4 dias
4 Março, 2017
Esfregar o corpo com uma toalha quente
Esfregar o corpo com uma toalha quente
22 Setembro, 2016
Viagem à Índia – Novembro 2017
Viagem à Índia – Novembro 2017
10 Abril, 2017
Restaurantes vegetarianos, veganos e macrobióticos no Porto (e arredores)
Restaurantes vegetarianos, veganos e macrobióticos no Porto (e arredores)
26 Julho, 2016
Reflexão: Afinal, o que é saudável?
Reflexão: Afinal, o que é saudável?
8 Março, 2017
Dicas de viagem para o Vietname
Dicas de viagem para o Vietname
3 Maio, 2017

Arquivo

Pesquisar

Instagram

  • 98 0
  • 72 2
  • 222 14
  • 3 0
  • 3 0
© 2016 - I love bio. All Rights Reserved.